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Será que esses meninos vendem alegrias? |
Vivemos...
Para que vivemos?
Uai, para sermos felizes!
Somos seres humanos, seres caracterizados por razão e
desejos.
Alguns desejos podem nos conduzir por caminhos que ao final,
não nos trouxeram a felicidade que gostaríamos, ou seja, não eram tão bons como
pareciam serem.
Muitos dirão: serei feliz quando vencer na vida, quer dizer,
me tornar rico, conhecido, importante... O pensador alemão Shopenhauer, afirmava que a essência do homem reside em sua vontade se esforçar, ser
satisfeita e de novo se esforçar, sim, sua felicidade e bem estar consiste
apenas nisso: em que a transição do desejo ocorra rapidamente, pois a ausência
de satisfação é o sofrimento, a ausência de novo desejo é o anseio vazio,
langor, tédio. A felicidade, portanto é o estado que nos encontramos depois de
um desejo satisfeito, e antes da monotonia da falta de desejo. A chave está em
satisfazer um desejo que tenha duração prolongada.

Vivemos e fazemos parte da História. Quando nos
individualizamos, nos valoramos, tomamos o peso da vida sobre nossos ombros.
Quando nos misturamos na humanidade, fazendo a História, dividimos o peso da
vida, os sofrimentos e os pecados. Humanamente quando juntos, os sofrimentos
são divididos e as alegrias multiplicadas. Adão não pecou sozinho, porque era
um indivíduo desobediente, pecamos todos nós juntos na história (mesmo que seja
uma alegoria) porque todos somos desobedientes. Hitler não fez a Segunda Guerra
Mundial, todos fizeram a guerra. A Felicidade duradoura é alcançada num estado
de sublimação, quando o sujeito se destitui da individualidade, de todo seu
querer particular, para assim, se elevar a um estado de humanidade.
Quando dizemos que alguém venceu na vida, não quer dizer que
essa pessoa seja feliz. A felicidade está relacionada com afetos e não com bens
materiais.
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A felicidade não nas coisas que possuo |
Os bens materiais não fazem parte do ser humano. O dinheiro não é
meu porque ele é do mundo. O que me pertence são as relações de sentimentos que
socializo com outras pessoas: a amizade, o amor, a camaradagem. Agora, as
benesses compartilhadas pelo que o dinheiro pode trazer, nos proporcionam alegrias
verdadeiras.
Enquanto indivíduo, o que está no mundo, está fora de mim,
portanto não pode me trazer uma felicidade duradoura. Quando deixo de me
individualizar eu me sinto parte do mundo como um todo, aí então, posso ter o
prazer de me beneficiar das coisas do mundo, juntamente com todos. A verdadeira
felicidade pode ser alcançada no amor Ágape: quando amo uma criança, não amo
porque é minha, mas a amo porque ela existe no mundo. A Felicidade será
alcançada plenamente quando não houver nenhum sofrimento no mundo. A nossa
utopia é participar da construção desse mundo.