terça-feira, 16 de julho de 2019
sábado, 12 de janeiro de 2019
DO PRATA OU de PRATA?
PRATA, O NOME DA
NOSSA CIDADE.
A cidade do
Prata está situada numa região que foi uma das mais inóspitas do nosso país.
Para atravessar o Triângulo Mineiro era preciso passar por índios equestres
como os Guaicurus, guerreiros que atacavam os bandeirantes que atreviam a
atravessar esse sertão. Eles possuíam de 6.000 a 8.000 cavalos e
eram aliados dos Paiaguás, exímios navegadores que escondiam dos tiros das
armas de fogo, debaixo de suas canoas viradas, onde respiravam o ar que ficava
preso dentro da canoa. Os Caiapós eram os mais numerosos hostis, canibais e
violentos, atacavam aos gritos, passar por eles era uma terrível aventura,
muitos eram mortos e devorados. Para atravessar o Sertão da Farinha Podre
também era preciso enfrentar o Quilombo do Ambrósio, escravos que aqui viviam,
fugidos das senzalas, saqueavam as caravanas em transito por essas bandas.
Como ainda não
havia GPS, alguma coisa que demarcasse o lugar era de suma importância para os
caminheiros. Uma bandeira que passou por essas bandas deixou uma grande
quantidade de mantimentos para que na volta eles pudessem se alimentar. Como
eles não retornaram, certamente foram mortos por alguns desses guerreiros do
sertão. O alimento pendurado em arvores ficaram por muitos e muitos anos
apodrecidos exalando um forte odor. Esse fato delimitou o lugar dando o singelo
nome de Sertão da Farinha Podre.
O Quilombo do
Ambrósio foi destruído pelo o bandeirante Anhanguera, Bartolomeu Bueno que
participou com apenas 12 anos da bandeira com seu pai, o Anhanguera que
encontrou ouro em Goiás quando ele colocou fogo numa vasilha com água ardente e
ameaçou por fogo na água dos índios Gayanás. Os índios apavorados mostraram a
mina e o apelidou de alma velha(Anhanguera).
Os índios Bororos aliados dos bandeirantes construíam aldeias ao longo da
estrada Anhanguera para proteger os garimpeiros que iam para as minas de Goiás.
Formaram-se assim os primeiros núcleos de povoamento do “Sertão da Farinha
Podre”. Antes dos Bororos muitos burros foram encontrados com os seus lombos
cheios de sacos recheados de ouro pastando e por perto seu dono morto pela
fome.
Com o fim do ciclo
do ouro e a necessidade de terras novas para a criação de gado, muitos fazendeiros
vieram para o Sertão da Farinha Podre, que pelo encontro do Rio Paranaíba e Rio
Grande, passou a se chamar Triangulo. Dona Beija morador de Araxá seduziu o
Procurador do Rei para que o Triangulo voltasse a pertencer Minas Gerais. A
procura de terras férteis trouxe o avô do avô do meu avô, Antônio Joaquim de
Andrade que aqui construiu a primeira Câmara em 1870. E em 1873, o presidente
da Província de Minas Geris, Venâncio José de Oliveira Lisboa, sancionou a lei
n° 2002, de 15 de novembro, que elevou a vila do Prata à categoria de cidade do
Prata.
O primeiro nome
da vila era Vila do Carmo dos Morrinhos(1848), mas como a cidade é banhada pelo
rio denominado de Rio da Prata, que tem esse nome por conta de uma mitologia
grega. Um lenhador deixou seu machado cair no leito do rio, entrou na água para
procurar o machado, mas encontrou um de prata, o seu companheiro imediatamente
jogou o seu dentro do rio, não encontrou nenhum machado. Essa lenda deu o nome
ao rio de Rio da Prata. A Mitologia era usada como educação para as pessoas, o
ensinamento é que não devemos ser mentirosos e oportunistas porque não
agradamos a natureza, mas poderemos ser recompensados se formos honestos e
verdadeiros. A cidade tomou o nome do Rio emprestado e em 1854 passou a ser
chamada por vila do Prata. E em 1873, cidade do Prata.
Há uma
confusão muito grande com o nome da nossa cidade. Muitas pessoas que vêm de
fora não sabem o certo se ´”de Prata” ou “do Prata”. Essa confusão aconteceu
com um pároco que me confidenciou que ficava indeciso durante a pregação, qual
deveria ser a forma correta?
As pessoas mais antigas sabem corretamente formular frases
como: “sou do Prata e sou molhado”. As pessoas que não sabem da verdadeira
origem do nome da nossa cidade fazem confusão dizendo: “cidade ‘de’ Prata”.
Nunca por aqui encontramos prata, não temos casas prateadas nem tiramos o
segundo lugar, com medalha de prata.
A língua
portuguesa admite na sintaxe a elipse, ou seja, a omissão de termos na oração,
podemos dizer: chegamos cedo hoje. Chamamos figuras de linguagem. Temos também
a Zeugma que é uma forma de Elipse: Kátia gosta de picolé eu de sorvete. Assim
na língua portuguesa temos, metáfora (exagero) “estou morto de fome”, a
metonímia (troca de nome) “vamos tomar um porto”, a elipse (a omissão de uma
palavra ou expressão), subentendidas na frase. Por exemplo: na queda nenhum
arranhão. O nome da nossa cidade é: “cidade do Rio da Prata”. Tiramos (Rio da)
fica: “cidade do Prata. No sul temos a Bacia do Prata. Aqui em Minas Gerais
também temos a cidade de São Domingos “DO” Prata. O antigo nome da Argentina
era República do Prata: Republica Del Plata. O correto com a nossa história é
DO Prata.
Obs. (Línguas latinas: italiano, francês. Romeno, espanhol e
português)
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