quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

O VERDADEIRO PROFISSIONAL

         
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Para Platão existe uma verdade fora do mundo sensível, Aristóteles quer construir nesse mundo uma verdade.

Quando ingressamos no aprendizado de um determinado curso, além da parte teórica é preciso que a essência deste conhecimento também seja assimilada. Na Grécia antiga todo conhecimento estava na filosofia, que com o tempo foi dividindo-se em conhecimentos específicos de cada profissão, vamos dizer assim. Desta maneira, do conhecimento filosófico, nasceram todos os outros a história, a medicina, a matemática e assim por diante. Portanto, aqui, quando Platão diz filosofia ele está se referindo a todos os conhecimentos específicos. Na sua obra A República, Cap. VII: “Alegoria da Caverna”, o filosofo chama a atenção, para o fato de não ser possível ser “filosofo”, sem um longo processo de familiarização com uma realidade que ultrapassa a esfera do mundo sensível. A vida de quem conhece é norteada pelas exigências da alma. O filósofo, ou o profissional, portanto, não é simplesmente um teórico: ele deve mudar seu modo de viver, para seguir o Bem.

          Platão considera que a Verdade, o Bem, o Bom, o Belo, estão no mundo das Ideias. Ter um conhecimento é relembrar de um saber que a nossa alma possui, ou seja, antes de vir para o mundo sensível, ela convivia com esta verdade, com esse conhecimento, que hoje pode dar na disciplina de uma determinada profissão. Um bom profissional não se pode ater somente à teoria de um saber ou conhecimento de uma profissão.

          Um advogado, por exemplo, pode ter na memória todas as leis, mas, para ser um ótimo profissional não basta. É preciso que este profissional se confunda com a função de combater a injustiça. O verdadeiro profissional deve ter na alma a cor de sua profissão. Um professor deve se confundir com a essência do ensino, sua postura deve ser percebida como a de um verdadeiro educador, ou seja, de alguém que se porte de maneira exemplar e mesmo antes de falar as pessoas já sabem que se trata de um professor.

          Aristóteles afirma que devemos procurar a excelência, devemos amar com a Filia, que é a busca da perfeição pelo hábito de fazer sempre o melhor. Conhecemos professores da área de humanas, que se parece com professores de humanas. Um professor das disciplinas desta área percebe que a história da humanidade, é a história da exploração de uns homens sobre outros. Esta constatação, quando sentida na alma, incomoda estes professores que passam a apoiar a revolução, ou seja, a libertação dos explorados.

          Um médico, deve se parecer com um “médico”, não pela cor da suas vestimentas, mas pela sua postura de alguém preocupado com a saúde. Mesmo com roupas coloridas a cor de sua alma deve se apresentar “branca”. Os políticos, hoje tão desacreditados, devem buscar a excelência, fazer o melhor para amenizar as desigualdades sociais e as relações conflitantes entre as pessoas. Se assim for feito, e cada um cumprir com dedicação e amor sua profissão ou missão, vamos construir um mundo muito melhor para se viver.

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