quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

A EXTIÇÃO DO AMOR

“Há sempre alguma loucura no amor. Mas há
                           sempre, também, alguma razão na loucura. 
                              (NIETZSCHE, Assim falou Zaratustra, p.57)
                                                         )   
                
        A definição de amor pode ser muito extensa ou muito resumida. Alguns poemas de amor são prolixos e mesmo assim parecem não dar conta de abarcar todo o escopo do amor. O amor é a aprovação e afirmação do outro é um desejo de estar junto com o outro. O amor é uma tentativa de penetrar no outro ser, mas só pode ser realizado sob a condição de que a entrega seja mútua.
        O amor dá força e motivação para os seres construírem algo que possa melhorar e trazer mais prazer às suas vidas. É imaginado, abstrato, por isso a dificuldade que se tem de defini-lo. Amar não pode ser um ato egoísta, é um ato ético porque nos defronta perante a figura do outro. O amante não ama diretamente o outro mas a ideia que ele faz do outro. Alguns amores podem ser platônicos porque nunca podem ser correspondidos. O amor só existe plenamente quando o amante é também amado.
        Quando só um ama, o amor não se completa, é como o inseto hipnotizado pela luz da lâmpada. O inseto é amante, mas a lâmpada não tem nenhuma relação com o inseto. O amor tem perdido muito com o sistema capitalista e descartável que vivemos. As trocas de parceiros, tem criado um querer muito transitório que não permite o amor. A paixão pode se transformar em amor com o tempo, mas o tempo parece correr tão depressa que o amor cada vez mais se torna raro.
        Se quisermos salvar o amor temos que repensar o sistema de vida que estamos construindo. Algumas virtudes criam o ambiente necessário ao nascimento do amor: a fraternidade, o companheirismo, a empatia, a simpatia. O egoísmo e a busca desesperada por bens materiais transforma em deserto a terra fértil onde nascia o amor. Antes que o amor seja extinto é preciso que façamos uma revolução em nós mesmos e no sistema de Estado que tem nos tutelado para que deixemos de ser humanos para nos tornar homens e mulheres insensíveis e robotizados.                                              


Nenhum comentário:

Postar um comentário