terça-feira, 14 de julho de 2009

SOLIDÃO.



Solidão é estar com seu eu e não vislumbrar nenhuma companhia agradável por perto. Você não sente nenhum prazer em estar com você mesmo, você não sente o outro que poderia te compreender. Porque, o eu próprio não consegue te compreender. É como se uma parte de nós quisesse uma coisa, e a outra parte, outra coisa. Às vezes queremos fugir dos padrões morais que castram nossos instintos. Perguntamos-nos por que essa sociedade privilegia estes valores que nos parecem tão estranhos à nossa vontade. É nesse contexto que nos sentimos sozinhos com todo mundo ao nosso redor, ou seja, mesmo no meio de uma multidão nos sentimos muito sós. Se pudéssemos pelo menos contar com alguém que estivesse nos esperando, que nos amasse de fato e nos compreendesse, seria tão bom, tão agradável. Mais essa carência é que nos apunhala nos feri de maneira tão dolorida e tão cruel.
Todos os seres humanos são impelidos pelo ego, mesmos as pessoas que nos apresentam como altruístas (boazinhas), praticam suas ações impulsionadas pela vontade de ser consideradas melhores, ou até mesmo agradar a Deus. Os homens não são seres sociais, só aceitam a sociabilidade para poderem ter uma vida segura. O relacionamento humano é muito complexo, por que se de um lado temos de cooperar uns com os outros, para podermos ganhar uma determinada empreitada ou jogo, do outro, também queremos ser, ou estarmos sempre melhores do que os outros.
No mundo moderno cada vez mais as pessoas vivem e moram sozinhas, ou seja, cada vez mais somos intolerantes com os erros dos nossos (parentes ou amigos). Preterimos a dor da solidão, a dividir com outros dores que não são nossas. A empatia (sentir o outro) é cada vez mais estranha ao ser humano porque ele cada vez mais se torna egoísta. Quanto mais nos machucamos nos relacionamentos mais nos tornamos resistentes as eles.
Quando vivíamos em cidades e comunidades pequenas éramos muito mais solidários, dividíamos os problemas e as alegrias. Conhecíamos os nossos vizinhos, e até brigávamos muito mais vezes, mas uns defendiam os outros. Hoje continuamos a brigar por motivos banais, mas morremos na mão de bandidos sem ninguém para nos defender. Podemos prever que daqui a alguns anos, viveremos juntos sem nenhum relacionamento compromissado. Não existirá mais nenhum compromisso, ou seja, os casais vão apenas “ficar”.

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