Roteiro
da aula: O SER E O NADA.
"Só as
coisas são: não tem senão exteriores consciências não são: fazem-se”. *
1.0. O SER E O NADA. A principal obra de Sartre é O ser e o
nada, publicada em 1943. “Nessa obra ele
ataca a teoria de Aristóteles da potência”. (COTRIM. 2013, p.309). Para
Sartre o ser é o que é, mas o ser humano
é o ente para si, é um espaço aberto, um nada. O nosso corpo é ser em si, a
consciência é
um vazio que possibilita a mudança do ser e possibilidade de
escolhas. A consciência (para-si)
constata que a consciência posicional não
pode ser consciência posicional de si mesma. A consciência interroga a si mesma
numa atitude de reflexão (voltar-se para si mesmo). A consciência ao colocar-se
como objeto, nadifica seu ser. A consciência é cheia de nada e nesse sentido
como aquilo que é o que não
é, e não é o que é, a consciência humana é nada. A consciência é
posicional e define-se pela intencionalidade. A intencionalidade traz o fato de
o mundo estar fora da consciência, ou que ela é sempre falta. Toda
consciência, mostrou Husserl, é consciência de alguma coisa. Significa que não
há consciência que não seja posicionamento de um objeto transcendente, ou, se
preferirmos, que a consciência não tem "conteúdo". Uma mesa não está
na consciência, sequer a título de representação. Uma mesa está no espaço,
junto à janela, etc. Toda consciência é posicional na medida em que se
transcende para alcançar um objeto, e ela esgota-se nesta posição mesma: tudo
quanto há de intenção na minha consciência atual está dirigido para o exterior,
para a mesa.
Portanto, a presença da consciência diante de si instaura a distância de si com
relação a si mesma, distância esta, definida como nada de ser. Dizer que a
consciência vem do nada significa que: “1° nada é causa da consciência; 2° ela
é causa de sua própria maneira de ser” (SARTRE, 1997, 27).
Nenhum comentário:
Postar um comentário