domingo, 31 de agosto de 2014

SER E NADA

Os primeiros filósofos chamados de pré-socráticos tentavam priorizar os elementos da natureza. Heráclito afirmava que o fogo por acender e apagar era o melhor para definir o ser. Ele dizia que não podemos emergir duas vezes no mesmo rio, porque as águas não são as mesmas e nem nós seremos os mesmos. O ser está em constante transformação, não pode “ser”, é um eterno “devir” (um mutante). Platão para resolver o “devir” criou o mundo das ideias, um mundo onde existe uma verdade absoluta, seres verdadeiros, objetos imutáveis, o Belo, a Justiça, o Bom. O nosso mundo é uma cópia do mundo das ideias, como uma Xerox do mundo inteligível. Por ser cópia e percebido pelos sentidos, muitas vezes aparece distorcido e apagado. O mundo em que vivemos para Platão é cheio de erros, ou seja, não é verdadeiramente bom para se viver. Para Sartre o ser é o que é, mas o ser humano é o ente para si, é um espaço aberto, um nada. O nosso corpo é ser em si, a consciência é um vazio que possibilita a mudança do ser e possibilidade de escolhas. A consciência (para-si) constata que a consciência posicional não pode ser consciência posicional de si mesma. A consciência interroga a si mesma numa atitude de reflexão (voltar-se para si mesmo). A consciência ao colocar-se como objeto, nadifica seu ser. A consciência é cheia de nada e nesse sentido como aquilo que é o que não é, e não é o que é, a consciência humana é nada. A consciência é posicional e define-se pela intencionalidade. A intencionalidade traz o fato de o mundo estar fora da consciência, ou que ela é sempre falta. Portanto, a presença da consciência diante de si instaura a distância de si com relação a si mesma, distância esta, definida como nada de ser. Para Nietzsche o niilismo (nada) é o falso valor imposto à sociedade. Assim, aprendemos buscar uma verdade absoluta, uma justiça total, para reprimir os nossos instintos naturais. Esse estado que castra os nossos impulsos e desejos angustia o nosso ser. A moral imposta pelo Estado aflige as pessoas e tenta justificar a nossa complexa existência por algo inatingível. Essa desvalorização dos instintos e da vida concreta tenta criar um Bom, uma Verdade e um Justo que acaba por afasta o homem de sua própria natureza. E a religião vem corroborar com a ideia dizendo que existe um mundo eterno. E por esse diapasão a vida real, terrena, é levada ao nada. Esses filósofos trazem o nada para a consciência, ou um problema maior ainda, a consciência é o próprio nada. Heráclito mostra que o ser é uma constante transformação, não é. Platão aceita este fato, mas cria um mundo onde o ser é: o mundo das Ideias. As religiões apropriam dessa ideia para criar o céu, o lugar onde se encontra Deus. DONINHO. 31/08/2014

terça-feira, 19 de agosto de 2014

EM SOCORRO AOS PROFESSORES.

Há muito tempo que a educação não é prioridade para os governantes no Brasil. Em consequência desse descaso e como os resultados não são satisfatórios, os professores são apresentados como os principais responsáveis por essa catástrofe. Toda a sociedade sabe que as avaliações na escola são manipuladas e que os alunos sempre avançam para as séries subsequentes. Por classificação, reclassificação e até mesmo por “espontânea pressão.” Entristece-me muito perceber que esta culpa é aceita por professores e professoras, que sentem os maus resultados da educação, na própria pele, ou seja, como se eles não estivessem aptos para ensinar. A pedagogia de modo sorrateiro cria projetos e artifícios para fazer andar a escola. Inventam e reinventam estratégias mirabolantes para parecer que o aprendizado está acontecendo. Muitos professores estão sendo acometidos por vários tipos de doenças em consequência de um falso ressentimento, pela incapacidade de ensinar quem não faz a menor questão de aprender. Mas aprenderam cedo, que a escola é lugar de diversão, farra e depredação. Menos de educação ou seria tapeação.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

AS TRÊS CLASSES SOCAIS

Karl Marx nomeou duas classes sociais no sistema capitalista: a burguesia que detém os meios de produção e que compra o trabalho do proletariado; do outro lado, a outra classe que tem interesses antagônicos à primeira classe: os trabalhadores, aqueles que não tem nada para produzir capital e são obrigados a venderem a sua força de trabalho aos burgueses. Para ele essas duas classes eram o motor da história. Com as crises do capitalismo e com a sua reelaboração ele vai se transformando. Com a produção da mais-valia e com a especulação capitalista, o dinheiro vai se acumulando. A ambição e as especulações imobiliárias provocam superprodução e financiamentos além da capacidade comercial do capitalismo em áreas específicas. Isso provoca crises no capital mundial uma vez que o sistema é globalizado. Mas, até hoje todas as crises foram vencidas a pena de modificações estruturais no próprio sistema. Uma das modificações foi aumentar alguns salários para trazer a ilusão de que todo trabalhador tem oportunidade de melhorar o seu salário e assim serem mais conformados com a exploração no trabalho. As reelaborações e a melhoria da tecnologia que produz mais com cada vez menos operadores cria uma classe entre os donos dos meios de produção e os trabalhadores que produzem a mais-valia. Essa classe é composta por aqueles que tem salários elevados, chefes e gerentes para fazer um trabalho ideológico com o trabalhador; com os trabalhadores autônomos, que produzem e comercializam geralmente com a ajuda de familiares, ou com um ou dois para ajudar como se da família fossem. Outros ainda são contrabandistas, agiotas, muambeiros, traficantes. Todos esses formam uma terceira classe intermediária: a classe Média. Essa classe mediana, palavra que da qual deriva “mídia” e ”medíocre”, é a responsável pela ideologia do capitalismo. As pessoas que compõem essa classe fazem a propaganda do sistema capitalista.