sexta-feira, 8 de maio de 2009

A FILOSOFIA A CIÊNCIA E A VIDA.

A filosofia se preocupou muito com a composição do universo e do ser, principalmente os pré-socráticos que criaram a ontologia, mas depois de Aristóteles e do desmembramento das ciências da filosofia, esta questão tem ficado sob a responsabilidade das ciências. E a filosofia tem se preocupado mais com o que é o ser ou o que é o homem.
A maioria das religiões defende o criacionismo. São Tomás de Aquino e Santo Agostinho tentaram conciliar a fé com a razão, ou seja, os dogmas religiosos com o conhecimento racional. Conseguiram muitas reflexões profundas a cerca da vida, mas muito vagas sobre a existência de um criador para o homem.
O Darwinismo explica pela “teoria da seleção natural” e “sobre a origem das espécies” que todos os animais têm um ancestral comum, ou seja, se Deus deu vida só poderia ser essa primeira. Segundo essas teorias o homem descende dos símios e estes de animais mais simples até chegar à primeira existência viva.
A filosofia tem se preocupado sobre tudo com o que se relaciona com a vida do ser humano. “A filosofia consiste em viver voluntariamente nas geleiras e nos cimos – em buscar tudo aquilo que na existência sai do comum e questiona, tudo o que, até então, foi banido pela moral” (Friedrich Nietzsche, Ecce Homo). Parece que os homens buscam a felicidade, ou seja, dar um sentido à vida. Assim sendo, a filosofia também se interessa pelo que causa sofrimento ao homem. Soren Kierkegaard inaugura a modernidade pela angústia, Martin Heidegger centra suas análises no cuidado e no ser-para-a-morte.. Pensamos a violência com a qual convivemos e compreendemos que é preciso de fato conhecer e entender o horror para combatê-lo.
A esperança, mesmo ínfima, de ser um dia realmente feliz, pode sozinha dar um sentido à nossa existência e aos nossos atos. A ação é sempre orientada por valores e critérios que vêm do futuro para nós. É a felicidade que constitui o horizonte e oriente de toda ação, e, mais profundamente, de toda existência.
Desejamos a liberdade, a justiça e o amor apenas para alcançar com outrem uma forma de existência que seja completa e comporte uma significação substancial. O ser humano busca a felicidade por que ele é um sujeito que deseja. Ele é um desejo consciente, capaz de eventualmente tornar-se desejo refletido e sujeito integral. A felicidade é a um só tempo o oriente e a atualidade de uma utopia concreta sempre possível. Se a filosofia é a educadora da humanidade ela deve estar voltada para a busca da felicidade humana que é o que faz sentido à vida do ser humano.
A filosofia se preocupa mais em responder o quê é a matéria, o quê é a vida, o que é a consciência e não em responder como surgiram ou como foram criadas. Para Schopenhauer, a matéria é o que o sujeito pode conhecer, utilizando representações formais como o tempo, o espaço e as causalidades. Aristóteles explica as causas de uma coisa, respondendo o porquê, o quê e o como uma coisa é o que ela é. A causa material é a essência de que a coisa é feita. A causa formal é a forma que uma essência possui. A causa eficiente explica como a matéria recebeu aquela forma. E a causa final dá o motivo ou finalidade para uma coisa existir. A causa final é o motivo pelo qual a coisa eficiente deu causa formal à causa material. O objeto começa onde termina o sujeito. Todas as formas (espaço, tempo, causalidades) da coisa já estaão conscientes à priori. Essa capacidade de representar os conceitos para conhecermos o objeto é a razão e a partir do conhecimento, adquirimos consciência dessa matéria. A consciência é a própria experiência, é um modo de conhecimento que requer entendimento, que se define por uma oposição básica: é o atributo pelo qual se toma em relação ao mundo ou as coisas, aquela distância em que se cria possibilidades de níveis mais altos de integração. A coisa material é o fazer efeito e essa efetividade reside no fazer-efeito, na causalidade. A matéria só é cognoscível na alteração do que existe simultaneamente com aquilo que permanece. Toda causalidade, portanto, toda matéria, logo a efetividade inteira, existe só para o entendimento, através do entendimento, no entendimento.
A vida é uma vontade que faz mover os seres segundo suas características. Essa vontade é o conhecimento à priori do corpo que a reveste, e esse corpo é o conhecimento à posteriori dessa vontade. A ciência filha da filosofia que caminha com quatro pés: o empirismo, o racionalismo, a imaginação e a verificação é que deve responder pela origem das coisas. A atividade filosófica pode proporcionar a reflexibilidade à ciência e a atividade científica permite alimentar a filosofia em saber. Então, ciência e filosofia poderiam aparecer em dialogo com dois rostos diferentes e complementares do mesmo pensamento.